terça-feira, 29 de novembro de 2011

Álcool e má alimentação afetam memória


Nascemos programados para esquecer. Mais cedo ou mais tarde, cada um e nós apagará da lembrança informações recentes, compromissos, conceitos, habilidades. A perda da memória é gradativa e determinada geneticamente com a morte das células nervosas em diferentes áreas do cérebro, provocada por um inimigo certo e igual a todos: o envelhecimento. Ao longo da vida, muito antes mesmo de ficarmos velhos, nossa memória é atacada de diversas formas, sem que tenhamos controle sobre isso. Traumas, doenças, medicamentos, exposições a componentes químicos podem causar lesões irreversíveis no cérebro. Mas muitas vezes nos tornamos aliados dos nossos inimigos com atitudes que tomamos conscientemente e, algumas vezes, com muito prazer.

Um dos inimigos mais agressivos é o álcool. Nas células nervosas, essa substância toma o lugar da glicose, mas não é capaz de produzir o mesmo volume de energia. “Em uma intoxicação alcoólica leve, a pessoa tem diminuição de reflexo, do nível de atenção”, explica o psiquiatra Eduardo Teixeira, da PUC de Campinas. (...)

“Na infância e adolescência, o cérebro está em formação. Na adolescência, ele está quase formado, mas falta o capeamento das fibras. O abuso de álcool pode interferir nisso. No futuro, elas não vão ser o que poderiam. Não vão ter um nível de desempenho ágil e rápido do raciocínio, da memória, como deveriam”, diz o neurologista Benito Damasceno, da Universidade de Campinas (Unicamp).

“O álcool destrói as células nervosas. Por causa da dificuldade de absorção do intestino, devido à lesão causada pelo álcool, elas têm deficiência das vitaminas B1 e B12. E a deficiência dessas duas vitaminas vai provocar uma lesão adicional no cérebro, além da lesão que o próprio álcool produz”, esclarece Benito Damasceno.

De acordo com os especialistas, a má alimentação é o segundo grande inimigo da memória. ... O excesso de comida, seja ela qual for, também compromete a capacidade dos neurônios, porque ingerimos mais energia do que gastamos. (...)

(
Globo Repórter)


 O mito de que uma taça diária de vinho não faz mal caiu por terra na França. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) no país publicou um documento que orienta os profissionais de saúde a combater o hábito de beber diariamente, que concerne 13,7% da população. O motivo: em qualquer medida, bebidas alcoólicas podem causar câncer. O relatório se ampara nas conclusões de três institutos: o National Alimentation Cancer Research, o Fundo Mundial de Pesquisa contra o Câncer e o Instituto Americano para a Pesquisa sobre o Câncer. O Inca coordena na França os estudos, além de orientar médicos na luta contra a doença.

Segundo o texto, o consenso acadêmico sobre os riscos do álcool são suficientes para que campanhas de esclarecimento sejam realizadas. “O consumo de bebidas alcoólicas está associado ao aumento do risco de diversos cânceres: de boca, de faringe, de laringe, de esôfago, colo-retal, do sangue e do fígado.”

O documento alerta que o porcentual de aumento do risco está estimado tendo como base cada copo de álcool consumido por dia. O risco varia entre 9% a 168%. “Em particular, o aumento do risco de cânceres de boca, de faringe e de laringe é estimado em 168% por copo de álcool consumido por dia.” O relatório descarta até a ingestão diária de pequenas doses, tradição no país. “O aumento do risco é significativo a partir do consumo médio de um copo por dia. O efeito depende do volume consumido, não da bebida alcoólica.”

Dominique Maraninchi, presidente do Inca, e Didier Houssin, diretor-geral de saúde, autores do texto, alertam que o etanol é metabolizado em acetaldeído (etanal), que pode gerar mutações no DNA.

Na França, a recomendação tem peso de choque cultural. Desde 1960, o volume de consumo de bebidas alcoólicas vem caindo, mas o nível atual – de 12,9 litros por habitante por ano – é dos mais elevados. Em 2006, a Organização Mundial da Saúde indicou que 20,3% dos homens e 7,3% das mulheres com idades entre 12 e 75 anos bebem todos os dias no país.

(O Estado de S. Paulo, 18/2, republicado no Jornal da Ciência)
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O mito de que uma taça diária de vinho não faz mal caiu por terra na França. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) no país publicou um documento que orienta os profissionais de saúde a combater o hábito de beber diariamente, que concerne 13,7% da população. O motivo: em qualquer medida, bebidas alcoólicas podem causar câncer. O relatório se ampara nas conclusões de três institutos: o National Alimentation Cancer Research, o Fundo Mundial de Pesquisa contra o Câncer e o Instituto Americano para a Pesquisa sobre o Câncer. O Inca coordena na França os estudos, além de orientar médicos na luta contra a doença.

Segundo o texto, o consenso acadêmico sobre os riscos do álcool são suficientes para que campanhas de esclarecimento sejam realizadas. “O consumo de bebidas alcoólicas está associado ao aumento do risco de diversos cânceres: de boca, de faringe, de laringe, de esôfago, colo-retal, do sangue e do fígado.”

O documento alerta que o porcentual de aumento do risco está estimado tendo como base cada copo de álcool consumido por dia. O risco varia entre 9% a 168%. “Em particular, o aumento do risco de cânceres de boca, de faringe e de laringe é estimado em 168% por copo de álcool consumido por dia.” O relatório descarta até a ingestão diária de pequenas doses, tradição no país. “O aumento do risco é significativo a partir do consumo médio de um copo por dia. O efeito depende do volume consumido, não da bebida alcoólica.”

Dominique Maraninchi, presidente do Inca, e Didier Houssin, diretor-geral de saúde, autores do texto, alertam que o etanol é metabolizado em acetaldeído (etanal), que pode gerar mutações no DNA.

Na França, a recomendação tem peso de choque cultural. Desde 1960, o volume de consumo de bebidas alcoólicas vem caindo, mas o nível atual – de 12,9 litros por habitante por ano – é dos mais elevados. Em 2006, a Organização Mundial da Saúde indicou que 20,3% dos homens e 7,3% das mulheres com idades entre 12 e 75 anos bebem todos os dias no país.

(O Estado de S. Paulo, 18/2, republicado no
Jornal da Ciência)
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